Eles estão por todos os lados: nas publicidades que oferecem um mundo de fantasias, nas tentadoras ofertas por telefone, na insistente moça que te interrompe na loja de departamento. Levanta a mão quem ainda não caiu na armadilha do cartão de crédito! Passou da hora tomar as rédeas de sua situação financeira.
Vamos começar por duas práticas proibidas: colecionar cartões de crédito e pagar só o mínimo da fatura. Quando você faz um cartão, o limite de gastos é definido de acordo com sua renda mensal, ou seja, com sua capacidade de compra. Quando acumula vários cartões, você multiplica esse limite e acaba acreditando nele. O problema é que, pode parecer óbvio, mas é bom reforçar: você vai ter que usar a mesma renda mensal para pagar todas as contas depois.
Conheço uma pessoa que tem dez cartões de crédito. Vamos chamá-la de Maria, um nome fictício. Com uma renda mensal de 714 reais, Maria aceita todos os cartões que lhe são oferecidos, seja por telefone, em supermercados ou em lojas de departamento.
Atualmente, Maria paga cerca de 100 reais por mês só para a manutenção dos cartões. Obviamente, as dívidas são maiores do que sua renda e, por isso, ela escolhe mensalmente alguns cartões para pagar só o mínimo da fatura. Pedi para ver duas delas, referentes a cartões feitos em lojas de departamento. Os limites dos dois somados já correspondem ao dobro de sua renda mensal e os juros são assustadores: o Custo Efetivo Total (CET), que explico adiante, é de 587% ao ano em um e de 686% em outro!
Atualmente, Maria paga cerca de 100 reais por mês só para a manutenção dos cartões. Obviamente, as dívidas são maiores do que sua renda e, por isso, ela escolhe mensalmente alguns cartões para pagar só o mínimo da fatura. Pedi para ver duas delas, referentes a cartões feitos em lojas de departamento. Os limites dos dois somados já correspondem ao dobro de sua renda mensal e os juros são assustadores: o Custo Efetivo Total (CET), que explico adiante, é de 587% ao ano em um e de 686% em outro!
O Custo Efetivo Total é uma conquista de órgãos de defesa do consumidor, mas muitos não o conhecem. A taxa é o custo total deum empréstimo ou financiamento em um ano. Inclui não só os juros, mas as tarifas, impostos, seguros e tudo que é cobrado do cliente. As empresas são obrigadas por lei a divulgar o CET no momento em que o crédito é contratado. Assim, é possível comparar dois cartões: o que tem juros menores pode pegar pesado nas taxas, por exemplo.
Lembre-se que a decisão é sua e que o tão temido monstro não passa de dinheiro de plástico.
Voltemos à Maria. Se hoje ela deixa de pagar 100 reais gastos em uma das populares lojas de departamento, em um ano terá uma dívida de 686 reais! Então podemos concluir que o cartão de crédito é um grande vilão? Ou será que o monstro que ataca as finanças da Maria não é ela própria?
Para responder essa pergunta, vamos a outro consumidor real, de nome fictício, o João, que usa o cartão de forma mais consciente. Ele mantém dois cartões de crédito: um foi feito no próprio banco em que é correntista e lhe dá direito a desconto nas tarifas bancárias e nas compras feitas. O CET ainda é alto: 381,45% ao ano. O João, entretanto, nunca usa o chamado crédito rotativo, aquele que é acionado quando o cliente não paga parte da fatura.
Para responder essa pergunta, vamos a outro consumidor real, de nome fictício, o João, que usa o cartão de forma mais consciente. Ele mantém dois cartões de crédito: um foi feito no próprio banco em que é correntista e lhe dá direito a desconto nas tarifas bancárias e nas compras feitas. O CET ainda é alto: 381,45% ao ano. O João, entretanto, nunca usa o chamado crédito rotativo, aquele que é acionado quando o cliente não paga parte da fatura.
Depois de uma análise cuidadosa, esse cliente fez recentemente outro cartão, ligado a um posto de gasolina, que lhe dará desconto no combustível, além de pontos que podem transformar-se em produtos, ingressos de cinema, descontos em assinaturas de revista, milhas para viagens, entre outros. João pretende usar os benefícios desse cartão como argumento para redução ou fim da anuidade paga pelo primeiro.
João aproveita-se ainda de outro benefício do cartão de crédito, quando utilizado de forma correta: o planejamento das contas. Além de controlar os gastos, avalia por meio da fatura as compras do mês e organiza-se melhor para o próximo.
Sendo assim, da próxima vez que te oferecerem um cartão de crédito, veja quantos já tem na carteira, pergunte sobre o CET, brigue pela redução da anuidade e compare. Lembre-se que a decisão é sua e que o tão temido monstro não passa de dinheiro de plástico.
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